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Notícia​​​​

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21/10/2024

Relacionamento com Comunidades - Linhão de Tucuruí (Manaus-Boa Vista)

Temas Relevantes ESG


ODS Impactado

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Informações gerais sobre o empreendimento:

A Eletrobras, por meio de sua subsidiária Eletrobras Eletronorte, tem 49% do capital social da Transnorte Energia S.A. (TNE), uma concessionária de serviço público de transmissão de energia elétrica.

O Contrato de Concessão nº 003/2012, de 25 de janeiro de 2012, celebrado com a União por intermédio da Aneel, outorgou à TNE a concessão de serviço público de transmissão de energia elétrica pelo prazo de 30 anos, estabelecendo como objetivo social a implantação, operação e manutenção da linha de transmissão Manaus-Boa Vista, em 500 kV, com cerca de 724 quilômetros de extensão, e subestações associadas.

Foram realizados estudos de impacto?

A Transnorte Energia S.A. (TNE), em estrita conformidade com os princípios regulatórios e com um firme compromisso de cumprir todas as condicionantes, demonstra especial atenção à preservação ambiental por meio da implementação do Plano Básico Ambiental do Componente Indígena (PBA-CI) – PBA-CI da LT 500 kV Boa Vista/PR e subestações associadas – processo Funai número 08620.000212/2011-62 e Ibama número 02001.006359/2011-77.

O PBA-CI prevê programas de afugentamento, resgate e manejo de fauna e de prevenção de acidentes com fauna.

Prevê um programa de compensação ambiental Kinja (PCAK), em atenção às recomendações do Estudo do Componente Indígena (ECI), e condições específicas estabelecidas pela LP 522/2015 e IT 84/2019 da Funai.

Prevê também uma etapa pré-obra, na qual deverão ocorrer atividades com vistas à preparação da estrutura e das equipes indígenas que atuarão na fiscalização das atividades dentro da Terra Indígena. A etapa pré-obra foi concluída em setembro/23, tendo sido preparada toda a estrutura necessária à viabilização da participação dos indígenas na fiscalização das obras. No âmbito dessas ações se destaca a construção do Centro de Gestão Ambiental – Kinja, o qual conta com estruturas de alojamento, refeitório, escritórios para acomodação dos kinja atuantes nas atividades do PBA-CI.

Todas as atividades realizadas dentro da Terra Indígena são precedidas de apresentações da TNE e aprovações das lideranças indígenas, conforme previsto no Protocolo de Consulta ao Povo Waimiri Atroari. A cada nova fase de obra, a TNE e a empreiteira contratada fazem apresentações às equipes de gestão e fiscalização dos indígenas buscando entendimentos sobre a melhor forma de execução no território.

Foram realizadas avaliações independentes relacionadas ao tema?

As empresas Master Ambiental e o Grupo Energia foram contratada pela TNE para realização de auditoria quanto à aderência das ações socioambientais executadas aos Princípios do Equador, abrangendo acompanhamentos periódicos do alinhamento das ações da TNE em relação a esse tema

O tema apresentado possui material relacionado aos Princípios do Equador, Princípios de Investimento Responsável, ou outros que tragam elementos relacionados ao tema?

A Master Ambiental e o Grupo Energia foram contratadas para realização de auditoria, com emissão de relatório relacionando as ações socioambientais executadas pela TNE aos Princípios do Equador.

Qual é a atuação da Eletrobras no tema e como ela se envolve nas decisões relacionadas (participação nas SPEs etc.)?

A Eletrobras, por meio de sua subsidiária Eletrobras Eletronorte, executa projetos em parceria com a Associação Comunidade Waimiri Atroari (ACWA) e Funai, desenvolvendo ações de compensação aos impactos ambientais e sociais causados pelos empreendimentos localizados na Terra Indígena Waimiri Atroari. Essa parceria permite o desenvolvimento de programas voltados à educação, saúde, apoio à produção e proteção territorial dessa comunidade.

O Programa Waimiri Atroari (PWA) desenvolve ações relativas à saúde, educação, proteção e meio ambiente e apoio à produção, com foco na sustentabilidade da comunidade que habita a Terra Indígena Waimiri Atroari, localizada na área de influência da usina hidrelétrica Balbina. Em 2022, a Eletrobras Eletronorte aplicou recursos no valor de R$ 9,97 milhões no PWA.

O tema apresentado possui enquadramento e relação com a matriz de riscos?

A Eletrobras monitora o tema por meio de sua matriz de riscos, com a implementação de plano de ação no processo de due diligence em Direitos Humanos, que prevê a elaboração de ações de mitigação em suas participações.

Foi efetuado um alinhamento desse tema com as partes relacionadas?

Em setembro de 2022, foi homologado acordo judicial perante o Tribunal Regional Federal da 1ª Região, envolvendo a TNE, a União, o MPF, o Ibama, a Funai e a Associação Comunidade Waimiri Atroari (ACWA), o qual definiu a forma de compensação dos impactos socioambientais dentro da Terra Indígena.

O Plano Básico Ambiental do Componente Indígena (PBA-CI) foi construído junto das lideranças indígenas.

Todas as atividades realizadas dentro da Terra Indígena são precedidas de apresentações da TNE e aprovações das lideranças indígenas, conforme previsto no Protocolo de Consulta ao Povo Waimiri Atroari.

Conforme previsto no PBA-CI, a TNE construiu o Centro de Gestão Ambiental Kinja (CGAK), que conta com alojamentos, refeitório, sede administrativa e centro de atendimento a animais, fornecendo toda a estrutura necessária às equipes indígenas que atuarão na fiscalização das obras da linha de transmissão.

Todas as atividades construtivas dentro da Terra Indígena são acompanhadas por equipes indígenas de fiscalização, as quais tem demonstrando efetiva participação e protagonismo na definição das diretrizes de atuação no território.

Explicite os planos de contingências, medidas de mitigação ou ações relacionadas ao tema.

O plano para mitigação de impactos na Terra Indígena Waimiri Atroari é o Plano Básico Ambiental do Componente Indígena (PBA-CI). Tal plano foi construído em oficinas realizadas com as lideranças da comunidade e, após concluído, traduzido para a língua kinja iara, a fim de que todos os indígenas pudessem entender as ações de mitigação previstas. Por fim, o referido plano foi aprovado pela ACWA e pelo Ibama/Funai no âmbito do processo de licenciamento ambiental do empreendimento.

• Construção do Centro de Gestão Ambiental Kinja (CGAK), que conta com alojamentos, refeitório, sede administrativa e centro de atendimento a animais, fornecendo toda a estrutura necessária às equipes indígenas que atuarão na fiscalização das obras da linha de transmissão;

• Construção de um galpão para receber a madeira oriunda de supressão vegetal a ser beneficiada para uso indígena;

• Construção de um viveiro de mudas para receber o material oriundo do salvamento de germoplasma nas frentes de obra;

• Criação do Programa de Gestão Ambiental Kinja (PGAK), que busca garantir a participação dos indígenas na fiscalização das atividades a serem executadas dentro da Terra Indígena;

• Criação do Programa de Comunicação Kinja (PCK), que prevê a comunicação por meio de material impresso produzido pelos indígenas e instalação de sistemas de radiofonia em todas as aldeias;

• Criação do Programa de Educação Ambiental para Trabalhadores (PEAT), em que todos os profissionais, antes de qualquer atividade na Terra Indígena, devem passar pela sensibilização prevista no PEAT;

• Criação de um Programa de Saúde, em que todos os profissionais passam pela triagem de saúde antes da entrada na Terra Indígena (vacinas, testes de malária e Covid);

• Criação do Programa Educação Ambiental Kinja, com a preparação das equipes indígenas para atuação na fiscalização das obras e das atividades de obra e do PBA-CI;

• Criação do Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS), com reforço da infraestrutura de armazenamento de resíduos nas aldeias;

• Criação do Programa de Monitoramento da Qualidade da Água (PMQA), para monitoramento dos corpos d'água atravessados pela linha de transmissão na Terra Indígena;

• Criação do Programa de Monitoramento e Controle de Ruídos (PMCR), para monitoramento de ruídos nas aldeias próximas às linhas de transmissão.

Até o momento foram investidos cerca de R$ 45 milhões na execução das ações de mitigação de impacto previstas no PBA-CI.

Foi criado um conselho gestor para acompanhamento da execução do PBA-CI, formado por representantes indígenas, da FUNAI e da TNE.  Foram realizadas quatro reuniões de acompanhamento da execução do PBA-CI, sendo a última em setembro de 2024.

O tema possui indicadores e metas?

A Eletrobras monitora o tema por meio de sua matriz de riscos, com a implementação de plano de ação no processo de due diligence em Direitos Humanos, que prevê a elaboração de ações de mitigação em suas participações.

Cada um dos programas do PBA-CI possui indicadores e metas específicos que são acompanhados mensalmente.

Algumas metas estabelecidas são:

• Instalar um programa de segurança no trânsito, para travessia de animais em 100% dos pontos da BR-174;

• Instalar um programa de segurança no trânsito, com redutor de velocidade em 100% de locais com maior incidência de atropelamento de fauna;

• Reduzir a zero número de acidentes por ataque de animais nas obras;

• Em parceria com Plano de Comunicação Kinja (PCK), elaborar guia educativo sobre temática de caça e apanha de animais silvestres, atropelamento de animais, prevenção de acidentes com a fauna, a ser entregue a 100% dos trabalhadores envolvidos em Terra Indígena;

• Elaborar termo de cooperação com a ACWA, com pagamentos de compensação financeira;

• Efetuar pagamentos na periodicidade e forma acordadas no termo de cooperação.

Quais são os recursos alocados em sustentabilidade na empresa e/ou no tema específico?

Foi celebrado um acordo que prevê o montante de R$ 134 milhões (data base: ago/21) para compensação financeira pelos impactos irreversíveis gerados pela linha de transmissão na Terra Indígena Waimiri Atroari, a serem repassados à ACWA até o final do contrato de concessão da TNE (jan/2042). Até o momento, a TNE repassou cerca de R$ 34 milhões à ACWA.

Além dos valores da compensação, o Plano de Negócio da TNE prevê o investimento de R$ 46 milhões (data base: ago/21) na execução dos programas do PBA-CI.

Com isso, o montante total a ser investido pela TNE para mitigação e compensação de impactos na Terra Indígena Waimiri Atroari chega a aproximadamente R$ 180 milhões (data base: ago/21).

Do total previsto já foram investidos R$ 79 milhões:

• R$ 45 milhões nas ações de mitigação previstas no PBA-CI;

• R$ 34 milhões na compensação dos impactos irreversíveis.​