O resultado financeiro do segundo trimestre de 2025, divulgado nesta quarta-feira (06), mostra que a Eletrobras registrou lucro líquido ajustado de R$ 1,469 bilhão, com crescimento de 43% em relação ao segundo trimestre de 2024, quando o valor foi de R$ 1,025 bilhão.
Além disso, a empresa aprovou a distribuição de dividendos extras aos seus mais de 240 mil de acionistas. O valor de R$ 4 bilhões será creditado no dia 28/08 e reflete a metodologia de alocação de capital da Eletrobras. A redução de riscos da companhia, aliada a uma visão mais construtiva de preço de energia, possibilitou este movimento. No início do ano, a Eletrobras já havia distribuído outros R$ 4,1 bilhões relativos ao desempenho de 2024, no que foi o terceiro maior pagamento de dividendos da história da empresa.
“A companhia manteve seu foco em eficiência e disciplina de capital, e nossos resultados na comercialização de energia foram positivos. A prioridade da Eletrobras está na previsibilidade e no crescimento dos investimentos para garantir a resiliência dos nossos ativos e expansão inorgânica por meio dos leilões de transmissão. Estamos reforçando as bases para uma empresa mais competitiva, valorizando a inovação e a qualidade do serviço”, afirma Ivan Monteiro, presidente da Eletrobras.
O resultado do período refletiu forte desempenho operacional da companhia, ainda que tenha sido impactado pelo ajuste de R$ 3,4 bilhões dos contratos de transmissão referentes ao componente financeiro da Rede Básica do Sistema Existente (RBSE). Este é um evento não recorrente e determinado por mudanças na metodologia de cálculo da Receita Anual Permitida (RAP), apurada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Os destaques do resultado:
• A receita de comercialização mostrou um aumento nas margens, impulsionando o que levou a resultados. A Eletrobras também ampliou sua base de clientes no mercado livre para 688, um aumento de 24% em relação ao mesmo período do ano passado.
• Os investimentos somaram R$ 2 bilhões, registrando crescimento de 116% em relação ao 1T25;
• As despesas da companhia com PMSO caíram 4% no período, mesmo com a inflação (IPCA) acumulada em 5,35%. A redução de 10% no quadro de empregados em 12 meses também contribuiu para a melhora do desempenho.
• O estoque da provisão de empréstimos compulsórios foi reduzido em R$ 1,2 bilhão na comparação com o 1T25 e R$ 3,3 bilhões em relação ao 2T24, totalizando R$ 11,97 bilhões no 2T25.
• Como parte do processo de otimização do portfólio, a companhia concluiu, em maio, a saída das térmicas do Amazonas, finalizou o descruzamento de ativos com a Copel e passou a consolidar a Usina Hidrelétrica Colíder, no Mato Grosso.
Mais investimentos
Do total investido, R$ 1,1 bilhão foram direcionados a reforços e melhorias no segundo trimestre, dando continuidade à estratégia de alocação eficiente de capital. O valor investido aumentou 86% em relação ao primeiro trimestre de 2025 e 82% em relação ao mesmo período do ano anterior. A Eletrobras está implementando 249 empreendimentos de grande porte de transmissão com Receita Anual Permitida (RAP) adicional de R$ 1,8 bilhão entre 2025-2030.
Em julho, a Eletrobras concluiu o primeiro empreendimento vencido em leilão após sua privatização. O projeto Caladinho foi entregue com 14 meses de antecedência em relação ao prazo da Aneel, originalmente em setembro de 2026.
Entre os destaques de investimentos, está o aporte de R$ 225 milhões em abr/25 e de R$ 282 milhões em jul/25 na Transnorte Energia S.A. (TNE), elevando a participação da Eletrobras no capital social para 64,6%. A obra foi retomada em 2022 e consiste na implantação de Linha de Transmissão com Receita Anual Permitida (RAP) de R$ 561,7 milhões pelos próximos 27 anos. O empreendimento vai interligar o estado de Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
Na transmissão, a Eletrobras manteve uma disponibilidade operacional de 99,97% e teve aprovada uma RAP de R$ 16,5 bilhões para o ciclo 2025/2026 — queda de 2,6% em relação ao ciclo anterior, influenciada principalmente pela redução do componente financeiro da RBSE.
Com o trimestre marcado pela disciplina financeira, aumento expressivo de investimentos e avanços na estratégia de comercialização, a Eletrobras reforça seu compromisso com a sustentabilidade, a eficiência operacional e a expansão estruturada do setor elétrico. Os resultados confirmam a solidez da companhia em seu novo ciclo de crescimento e consolidação no mercado de energia.