No último dia 22, a Usina Hidrelétrica de Tucuruí, uma das maiores infraestruturas de geração de energia do país, completou 40 anos de operação. A Eletrobras está investindo R$ 1,25 bilhão no maior projeto de modernização já realizado na usina desde a sua criação. Com uma capacidade instalada de mais de 8 GW e abastecendo o Sistema Interligado Nacional (SIN), a usina continua a ser uma das principais fontes de energia renovável do Brasil, e agora se prepara para ampliar ainda mais sua segurança, eficiência e confiabilidade.
Entre 2024 e 2029, o investimento será destinado a um amplo programa de atualização de equipamentos e sistemas. As melhorias incluem a modernização dos sistemas de proteção, controle e supervisão, bem como atualizações em reguladores de tensão e velocidade, servomotores e mecanismos dos distribuidores das unidades geradoras. As obras também abrangem a substituição de transformadores elevadores (13,8/500 kV) e a instalação de módulos de manobra blindados isolados a gás SF6, além da modernização dos painéis de comando e controle das comportas da tomada d'água e do vertedouro, com melhorias nos sistemas de resfriamento e tratamento de água.
Atualmente, já estão em andamento a substituição completa do estator e a reforma do rotor de cinco geradores, contratados no valor de R$ 230 milhões; o fornecimento de um conjunto de manobra blindado de 550 kV isolado a gás SF6, com um investimento de R$ 35 milhões; e a aquisição de dois transformadores de 550 kV para as Casas de Força I e II, totalizando R$ 55 milhões.
“A Eletrobras busca com este projeto assegurar a confiabilidade dos ativos e aumentar a eficiência operacional da usina, integrando novas tecnologias e atualizando a estrutura. Com esses investimentos, Tucuruí estará ainda mais preparada para atender às demandas energéticas do futuro, oferecendo segurança e competitividade ao setor elétrico brasileiro", afirma o vice-presidente de Operações e Segurança da Eletrobras, Antônio Varejão de Godoy.
Um dos contratos já firmados é com a Voith Hydro, responsável por atualizar os equipamentos e sistemas das Casas de Força I, II e auxiliar, abrangendo 25 unidades geradoras, além da Subestação de Tucuruí. A modernização inclui a implementação de soluções avançadas de automação HyCon, além de sistemas de proteção, controle, supervisão e aquisição de dados, bem como reguladores de velocidade e de tensão. No total, serão fornecidos mais de 760 novos painéis, além da reforma de 162 já existentes, junto com mais de 7.300 instrumentos.
Inaugurada em 22 de novembro de 1984, a Usina Hidrelétrica de Tucuruí é um marco para o setor elétrico brasileiro. Historicamente, sua construção transformou a região Norte, impulsionando o desenvolvimento econômico e a geração de empregos locais. A usina também desempenhou um papel social importante ao melhorar a infraestrutura local e contribuir para o crescimento de cidades próximas. Como uma das maiores hidrelétricas da América Latina, Tucuruí fortaleceu a integração energética e consolidou a presença da Eletrobras na região.
No âmbito nacional, Tucuruí é essencial para o SIN. Em 2023, a usina produziu 28.643 GWh, equivalente a uma média de 3.270 MW, o que representou 4,5% da energia gerada pelo sistema interligado, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Essa contribuição fortalece a matriz energética brasileira, garantindo o fornecimento de energia a milhões de pessoas e consolidando Tucuruí como um pilar de estabilidade e confiabilidade para o sistema elétrico nacional.
Além de seu impacto econômico e energético, a usina também possui um forte compromisso socioambiental. Criada em 1984, a Unidade de Propagação e Conservação de Plantas integra o Programa Germoplasma Florestal e mantém um banco genético com 82 espécies florestais, coletadas antes da formação do reservatório da hidrelétrica. A Eletrobras também mantém a Ilha de Germoplasma, responsável por conservar 220 espécies de árvores que são cultivadas e servem como matrizes para a coleta de sementes de espécies nativas para reflorestamento. Hoje a produção anual passa de 2 milhões de sementes de coleta. O viveiro da Ilha possui uma capacidade de armazenamento de 120 mil mudas e cerca de 48 mil são doadas ao ano. O programa serve como um importante recurso para conservação ambiental e contribui para a manutenção do equilíbrio ecológico da área, reforçando o papel da Eletrobras no desenvolvimento sustentável e na proteção da biodiversidade.